Existe uma avaliação adequada para a saúde do idoso?
As características peculiares dos idosos requerem uma abordagem mais cuidadosa pelo médico e por toda equipe de saúde. É comum ver o idoso peregrinar por vários profissionais na ânsia de resolver seus problemas. São avaliações intermináveis e envolvem um tempo descabido. Por isso, foi desenvolvido um instrumento conhecido como Avaliação Geriátrica Global, o qual preferimos denominar de Avaliação Global do Idoso (AGI). Ele foi criado no Reino Unido, no final da década de 30, junto com o advento da geriatria. Ao longo de várias décadas, foi ampliado e difundido para diversos países, inclusive o Brasil.
Essa avaliação busca delinear a saúde geral do idoso através da análise de quatro áreas que afetam o seu bem-estar, a saber: os aspectos físicos, cognitivos, emocionais e social. Essas áreas são avaliadas por meio de testes de triagem validados que investigam doenças e alterações comuns dessa faixa etária. Vale ressaltar que esse instrumento vem apenas complementar a consulta clínica tradicional, a cargo do médico assistente, e nunca a substitui.
Veja abaixo os principais aspectos avaliados na AGI por meio de testes específicos:
Equilíbrio e análise do risco de quedas
Memória e outras queixas cognitivas
Déficits sensoriais (como visão e audição)
Condições emocionais (como depressão)
Suporte social
Capacidade para realizar as tarefas do dia-a-dia
Estado nutricional
Ao organizar esses diversos testes numa avaliação única e compacta, esse instrumento tornou-se um meio prático de ver a saúde da pessoa como um todo. Sua aplicação poder ser executada pelo médico geriatra, porém, muitas vezes está sob responsabilidade de uma equipe multiprofissional especializada.
Várias evidências positivas já foram confirmadas na literatura médica. Trata-se de uma ferramenta eficaz na atenção à saúde dos idosos. Ela permite diagnóstico precoce e tratamento adequado. Esses são fundamentais na manutenção de uma boa qualidade de vida para os pacientes.